Por Vinícius Vieira
Chega nesta sexta-feira (26/03) nas principais plataformas de streaming o single Carta Que Não Diz”, que une as três vozes da nova MPB: Mariana Froes, Rodrigo Alarcon e Ana Müller. A música faz parte do projeto Taquetá Vol. 1, EP que será lançado em breve pelo selo Taquetá.
A música, de autoria de Rodrigo Alarcon e Ana Müller, conta também com a parceria e produção de Niela Moura, produtora musical e sócia do selo Taquetá. Abrindo com os versos dilacerantes “Por que você nunca me amou?”, a voz que puxa essa pergunta é de Mariana Froes: “Quando definimos que Carta Que Não Diz entraria para o repertório do projeto e abriria a série de lançamentos, nós não tivemos dúvida que a voz que abriria essa experiência sonora tinha que ser dela, e foi uma escolha muito feliz”, afirma a produtora Niela.
A cantora capixaba Ana Müller, revelou que já tinha essa parte da letra escrita há um bom tempo, mas que não conseguia terminar: “Eu cheguei com o início dessa música, que eu tinha feito há algum tempo. Aí nós sentamos juntos e eu falei ‘Vamos terminar uns negócios que a gente tem aqui que não sai?’ E nós terminamos essa que foi nossa primeira música”.
Sobre a estética sonora da canção, Carta Que Não Diz tem uma clara influência da clássica MPB de João Gilberto, Dorival Caymmi, Tom Jobim e Chico Buarque, principalmente o último, considerando que a levada da canção e as estrofes, carregam as mesmas nuances sonoras de Roda Vida, grande sucesso de Chico. Segundo Niela Moura, a ideia do EP Taquetá Vol. 1 é o resgate da MPB dos anos 50 e 60, demonstrando a versatilidade dos artistas que, apesar de beberem dessas referências, nunca haviam lançado algo parecido: “Meu desafio era conseguir levar para outro lado, mantendo uma unidade estética que englobasse o universo dos três artistas e ainda soasse diferente. Essa concepção estética, arranjos e instrumentação estavam borbulhando dentro de mim e tudo se encaixou perfeitamente”, afirma.
Para o cantor e compositor paulista Rodrigo Alarcon, o que define a música é emoção que ela causa, inclusive, em seus criadores: “A gente que é compositor, que vive de arte, quando a gente escreve, a gente não sabe onde isso vai dar, a gente não sabe o que vai acontecer com o que a gente escreve e, de repente, três músicas que a gente escreveu numa sentada só, em uma só noite, a gente conseguiu pôr em prática da maneira que eu nunca imaginei que seria possível”. Apesar de já ter trabalhado com Ana Müller em duas ocasiões - nas canções O Dia Seguinte (à do Itamar) e Me Olha - e com Mariana Froes (15B), essa era a primeira vez que os três trabalhavam juntos, e a afinidade e a admiração foi essencial para a construção desse trabalho em conjunto: “É incrível poder estar junto com essas duas meninas que tem tudo a ver com a minha história. Eu lembro do dia que eu conheci a Ana e do dia que eu conheci a Mari, então faz muito sentido isso aqui estar acontecendo dessa forma”.
A goiana Mariana Froes, relembra o processo de criação de Carta Que Não Diz e não esconde a admiração de colaborar ao lado de dois músicos que ela cita como referências: “Eles gravaram uma versão pré com violão e ali eu me apaixonei pelas músicas, desde então e fiquei muito feliz, ainda mais que o Rodrigo e a Ana são artistas que eu era muito fã, então pra mim é uma honra muito grande, tô muito feliz de fazer parte desse projeto”.
As gravações do EP aconteceram em Goiânia, a pedido de Niela Moura, que também fez questão de escolher os músicos que participaram da sessão: “Eu peguei os meus professores, músicos que eu já tinha afinidade e conhecia o incrível trabalho de cada um deles. Assim, participaram de Taquetá Vol. 1, Everson Bastos (Piano), Bruno Rejan (Contrabaixo Acústico) e Lucas Tomé (Bateria).
Ao lembrar de todo o processo de gravação, Ana Müller se emociona: “Eu sempre me seguro pra não chorar, enquanto eu ouço a música, porque a gente sabe como tudo isso rolou, como foi difícil ir pra Goiânia gravar, no meio disso tudo que está acontecendo (a pandemia da covid-19 e as medidas de isolamento para conter o avanço da doença). O projeto é um carinho da gente pra vocês, mas principalmente é um carinho da gente pra gente também, de poder produzir alguma coisa, considerando que a gente já estava quase surtando sem poder fazer alguma coisa”. Quem também utiliza as mesmas palavras para se referir ao projeto é Mariana Froes: “Realmente é um carinho para todos nós e para vocês. Está bastante foda a situação atualmente, mas que bom que a gente pode curtir essas criações, o que me deixa muito orgulhosa”. Rodrigo Alarcon, não faz diferente: “O disco tá tão bonito, tem uma produção tão linda, a Niela Moura foi tão genial nisso. É uma pena que isso esteja acontecendo em um momento tão dolorido, mas, ao mesmo tempo, a gente está fazendo uma parada muito maior em um momento tão complicado, e é pra trazer esse carinho mesmo, tanto pra vocês, quanto pra nós, que perdemos shows, que não tem como ter contato físico com o público, então a gente fez o melhor que gente pôde”.
Todo esse carinho em forma de música, você pode ouvir abaixo. E fique ligado no Seguimos Forte para acompanhar as principais novidades sobre o lançamento oficial de Taquetá Vol. 1.
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