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SOBREVIVENDO À QUARENTENA: RODRIGO DIDO (WARZONE)

Atualizado: 10 de ago. de 2020

por Robson Assis


Salve, galera! Essa quarentena tem deixado todos nós reflexivos, não é verdade? Mais do que pensar na vida, talvez seja hora de começar a pensar, na prática, sobre como vai se sustentar nosso cenário musical, a nossa querida série C, que apesar de distante do mainstream, também sobrevive de pequenas aglomerações.


Mais do que as bandas, precisamos pensar em manter vivo o ecossistema da nossa cena independente e nada melhor do que começar pelos estúdios. Hoje iniciamos uma série de entrevistas com donos e representantes de estúdios contando um pouco sobre como andam as coisas para quem depende da movimentação, de clientes, de pessoas.


O estúdio Warzone, em Santos, é um local já consolidado na cena independente da baixada santista. No ano passado, Rodrigo Dido assumiu a responsa de uma nova unidade do estúdio e muito para colaborar. Isso porque, além de representar o Warzone, Dido é também guitarrista do Superbrava.


O estúdio Warzone, em Santos, é um local já consolidado na cena independente da baixada santista. No ano passado, Rodrigo Dido assumiu a responsa de uma nova unidade do estúdio e muito para colaborar. Isso porque, além de representar o Warzone, Dido é também guitarrista do Superbrava.


SF: Salve, Dido, primeiramente muito obrigado pela entrevista, mano!


Dido: Fala Robinho, primeiramente obrigado pelo convite irmão, sempre válido a gente compartilhar as nossas experiências pessoais/profissionais, principalmente em meio a tempos tão nebulosos como esses que vivemos atualmente


SF: Como vocês enfrentaram os primeiros meses dessa pandemia em relação ao estúdio em si, ao breque total das pessoas nas ruas?


Dido: Falando de coração pra você, o último ensaio que rolou no meu estúdio foi no dia 13 de março (de 2020), e desde então eu tenho me mantido de portas fechadas. Fiquei inclusive uns 3 meses sem nem mesmo ir lá pra averiguar se as coisas estavam em ordem uma vez que fiquei praticamente sem sair de casa.


SF: Nestes quatro meses trancados, vocês chegaram a fazer alguma obra, reestruturação ou coisa parecida?


Dido: Na verdade eu acabei por não movimentar muita coisa por aqui, uma vez que meu estúdio é relativamente novo e sinceramente (acreditem ou não) mal deu tempo de quebrarem muita coisa por aqui rs.



reprodução / Instagram @estudiowarzone
reprodução / Instagram @estudiowarzone


SF: Tem rolado alguma coisa em relação à lives e produções à distância?


Dido: Não tem rolado, até rolou contato de uma outra banda, artista me procurando pra fazer esse tipo de conteúdo, mas não topei.


Primeiro que não temos estrutura física e nem material pra isso, e outra que optei por evitar aglomeração por aqui, ainda mais que foi bem no começo de tudo, tava rolando um baita hype com esse lance de lives, acabei que nem quis me envolver com isso.


SF: Como você está avaliando essa questão das reaberturas parciais?


Dido: Não dá pra ficar feliz com essa "pseudo normalização" das coisas, mas também não dá pra culpar todo mundo por isso. As pessoas estão se desesperando, principalmente as que dependem do seu próprio esforço pra sobreviver, mas infelizmente, pior do que todo esse desespero, existe um governo totalmente despreparado que ao invés de instruir e conscientizar o isolamento, desde sempre provou-se contrário a tudo que tá acontecendo. Isso naturalmente gera o fogo de palha em muita gente que acaba por achar que tá tudo bem, passa a viver suas vidas com naturalidade e consequentemente acabam por influenciar a reabertura das coisas.


SF: O estúdio já voltou a funcionar normalmente? Como tá sendo esse primeiro movimento de reabertura dos comércios e estabelecimentos pra vocês no estúdio?


Dido: Então, ainda não estamos funcionando não, mas até por tudo que eu disse acima, acaba por ser inevitável uma possível reabertura em breve, uma vez que vários outros segmentos passam a voltar a funcionar. Você para pra tentar negociar um novo reajuste no pagamento de um aluguel junto a um proprietário, e ele já não demonstra mais tanta boa vontade (nunca demonstrou) que teve lá atrás.


Resumindo. Estou procurando formas voltar, de uma forma que as pessoas se sintam seguras em utilizar o espaço, assim como eu de recebe-las, mas sinceramente ainda tô pensando no que fazer quanto a isso.


Enquanto isso a gente vai sobrevivendo, a base de economias e ajuda de amigos


SF: Conta se tem projetos pra quando terminar a quarentena (seja lá quando terminar) e deixa uma mensagem pra galera das bandas, que ensaia com vocês, organiza shows etc.


Dido: Projetos em relação ao estúdio eu sinceramente não tenho muito o que dizer, eu espero poder conseguir manter as coisas funcionando por aqui e manter o espaço vivo.

O que dá pra dizer é que possivelmente nos próximos dias eu posso estar reabrindo o espaço de maneira um pouco restrita e totalmente limitada a uma quantidade bandas e tentar aliviar um pouco esse rombo que tá sendo sobreviver nesses tempos difíceis.


*


SERVIÇO:

Estúdio Warzone

Telefones: 13 98107-2008 / 13 98220-1778

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